sexta-feira, 1 de junho de 2007

Janelas da minha infância



Tenho saudade da minha infância, quando corria pelo colégio fugindo da aula e me escondia embaixo da pontezinha verde.
Tenho saudade daquela velha época que meu sorriso tinha duas janelinhas e eu nem tinha vergonha disso. Eram as janelas da época mais linda da minha vida.
Até hoje sinto o cheiro do jambo que recheava as tantas árvores que lá continham, e quando escuto os pássaros cantando me vejo na frente de uma gaiola assobiando para que eles chegassem perto de mim.
Lembro que eu adorava a casinha da árvore, gostava de ver o colégio de cima, o achava enorme, e hoje dou risada quando percebo que ele cabe na palma da minha mão.
Eu gostava de batom e pulseira, tinha um cabelo curtinho com franjinha.
E hoje quando me olho no espelho ás vezes me pergunto quem é essa, acho que aquela menina pequenina ainda se encontra em algum lugar dentro de mim.
Olho minha face e meu corpo, lembro das quedas que me deixaram marcas no joelho até hoje, mas mesmo assim não me reconheço. Da menina que apelidavam de Olívia Palito sobrou a doçura no jeito, o sorriso sem janelas e o amor.
Nunca me esquecerei daqueles anos que assistia desenho e fugia das aulas.
Mas, além disso, de como eu era feliz tendo tão pouco.
A menina cresceu, e às vezes até me assusto como isso foi tão rápido.
Tenho Saudades.
Então, fecho os olhos tentando lembrar cada detalhe e assim volto há uma década atrás.

Na época das janelas da minha infância, do som dos pássaros e do cheiro do jambo, coisas que jamais serão esquecidas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu raio de sol!!
Minha filha, só falta me chamar de Poliana?Pois vc vive dizendo que eu vejo o mundo através de lentes cor-de-rosa? Que sempre acho um lado bom em tudo o que acontece? Não é muito melhor do que ver tudo pelo lado escuro, obscuro, nebuloso? “Sem saída” não existe quando queremos sair. Ficar no fundo do poço não é uma escolha feita por nós? Não caímos no poço? Então, se esforçando e querendo de verdade, quem sabe com algum suporte externo, por que não sair do poço? Por que não aproveitar estes momentos no fundo do poço para refletir sobre o que somos, o que queremos, o que esperamos de nós? E, talvez, descobrir uma forcinha, escondida em algum lugar perdido, que era o que faltava para nos empurrar poço acima, até encontrarmos um raiozinho de sol que nos guie para um novo dia, um outro recomeço.Este raio que me trás sempre nos momentos de refugio é vc!!!Te amo minha flor!!
Mãeeeeeeeeeeeeeee

Anônimo disse...

e pela breve descrição do saudosismo, compreendo que uma infância assim bem vivida, de cores, cheiros e tatos só podiam construir alguém assim, de tantas boas idéias, de uma inteligência sensata e com um rol bastante extenso de virtudes!

muitas janelas ainda virão por aí, e todas elas irão se abrir pra você com bastante prazer, tenho certeza disso! =]

um beijo! :*

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