sábado, 23 de fevereiro de 2008

Época das cores


Livros, cores e retratos me rodeiam pelo quarto
Fazem voltar a minha memória cada instante de um passado esquecido
Percebo assim como tudo mudou
Os aromas, sorrisos e abraços não são os mesmos
Pequenos detalhes que agora começam a fazer toda diferença
Considero mudanças dessa forma positivas
Admito que mudei
Sobrevivi e inovei
E essas cores intensas não me trazem saudade, elas me deixam com
vontade de continuar em uma eterna metamorfose.
Rumo a um futuro que eu não desejo saber como vai ser
Mas sei que ele vai conter
Um retrato por dia, um livro por mês e mil cores pela eternidade

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Starry night


"Noite estrelada
Pinte suas cores de azul e cinza
Olhe os dias de verão
Com olhos que conhecem a escuridão da minha alma
Sombras nas colinas
Desenhe as árvores e os narcisos
Sinta a brisa e os arrepios de inverno
Em cores na terra de neve

Agora eu entendo
O que você tentou me dizer
E como você sofreu por sua sanidade
E como você tentou os libertar
Eles não queriam ouvir
Eles não sabiam como
Talvez eles te ouçam agora

Noite estrelada
Flores em fogo com chamas brilhantes
Nuvens que giram em uma roxa neblina
Refletem nos olhos azuis de Vincent
Cores mudando de tom
Campos matutinos de grãos âmbar
Rostos cansados com dor
São acalmados pelas mãos afetuosas do artista

Agora eu entendo
O que você tentou me dizer
E como você sofreu por sua sanidade
E como você tentou os libertar
Eles não queriam ouvir
Eles não sabiam como
Talvez eles te ouçam agora

Porque eles não podiam te amar
Mas mesmo assim seu amor era verdadeiro
E quando não havia mais esperança
Naquela noite estrelada
Você tirou sua própria vida, como amantes geralmente fazem
Mas eu poderia ter te falado Vincent
Esse mundo nunca foi um bom lugar pra pessoas tão bonitas como você

Noite estrelada
Retratos pendurados em paredes vazias
Cabeças sem porta-retratos em paredes sem nomes
Com olhos que observam o mundo e não esquecem
Como os estranhos que você conheceu
Os homens acabados, com roupas rasgadas
O espinho prateado de rosas sangrentas
Está esmagado e quebrado, na neve virgem

Agora eu acho que sei
O que você tentou me dizer
E como você sofreu por sua sanidade
E como você tentou os libertar
Eles não queriam ouvir
Ainda não estão ouvindo
Talvez nunca ouvirão"


- Isso já diz tudo...

Don Mclean - Vincent

Trilogia da desconstrução III

Nesses traços escassos, retorno no tempo e vejo aquele retrato amarelado sobre a mesa tirado em algum lugar do passado. Sinto o che...