segunda-feira, 30 de julho de 2007

Fim


Onde tudo era perfeito
O vento chega e desmorona
No olhar guardado
Surge a mágoa da ignorância
Esse sentimento bonito
Vai se destruindo
Levando meus pensamentos
Levando minhas dúvidas

É a lavagem da minha alma
Que tem início
O passado que antes agonizava
Agora se desfaz
Jaz enfim

Meu museu falece
Meu presente edifica
Futuro?
O ápice do meu desejo e das minhas conquistas

Quero viver e esquecer do que vivi
Andar com pés firmes
Sonhar e realizar
Sorrir e finalmente dormir

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Amor


Andei a pensar nesses últimos dias, o que seria necessariamente o amor. Vemos hoje em todos os canais de notícias, livros etc. Pessoas buscando algo, como se fosse um vazio dentro de si que precisa ser preenchido, e acabam assim buscando de maneira errônea.
Por que o que é de verdade amar?

Será que é estar perto quando o outro precisa?
Ou melhor, fazer o que a outra pessoa queira ou apenas sentir ciúme?

Engana-se completamente quem pensa assim. Amor não tem absolutamente nada a ver com isso.
Esses sentimentos de posse e apego exagerado não existem dentro do universo do amor.
Há pouco tempo li um artigo sobre a visão de Platão sobre o amor e outros filósofos em seu livro O banquete, e refleti sobre isso. No livro fala que amar é colocado de uma única forma, mas que você tem que passar por vários degraus para consegui alcançar essa máxima. A beleza é usada de um outro ângulo nisso, já que o amor verdadeiro ele não vem com a beleza, ele pode começar com ela a partir de uma atração física, mas com o passar do tempo ele se abstrai, ou seja, isso se torna banal em comparação com outras qualidades que acabam sendo percebidas com o despertar da consciência. Então quando Platão se refere ao amor ele fala do amor genuíno sem egoísmo.
Você não ama alguém para completar, e sim para adicionar.


Nesse mundo o amor é quase imperceptível.

O amor está no coração puro, o amor está em quem sabe o que é verdadeiramente amar.
Ilusão é o que a maioria das pessoas tem, o ser humano tem a necessidade de estar com alguém para assim a solidão que existe dentro do seu ser se completar.
Desde os tempos mais remotos o amor configura-se como algo intransponível que poucos o conseguem alcançar.
Será que realmente é tão difícil?
Que barreiras são essas que não nos deixam alcançá-lo?

São os obstáculos do nosso próprio pensamento e do nosso sentimento ainda pouco desenvolvido.
Plantemos amor afim de que com um bom tempo possamos usufruí-lo dando evasão a aquilo que preenche nossa alma desde o momento em que abrimos os olhos.
Não percamos a esperança e nem a fé.
Pensemos e acreditemos que o Amor é construído minuciosamente em cada pessoa, cada um tem seu momento de libertação.
Um dia todos nós chegaremos a isso, o tempo que demorará dependerá de cada um e assim colheremos o júbilo de existir.
O começo está em enxergar a si próprio como alguém que precisa evoluir a cada segundo, olhar o mundo e as pessoas com os olhos do coração.
Caminhemos para um mundo de paz, igualdade, justiça e fraternidade.
E no final dessa estrada remota perceberemos que o amor o qual Platão se referia, sempre esteve conosco, o que faltava era chegar ao último degrau, o do amor irradiar nossas vidas e o mundo por completo que seria a razão da existência, o verdadeiro sentido de amar.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Esfera terrestre


Ah esse mundo!
Essa esfera distorcida que teme a girar.
Que nela tudo cabe tudo existe
E nada se completa e tudo se desfaz

Nesse planeta terra
Nossas vidas são apenas algumas entre tantas
Dessas que vemos todos os dias
Aquelas que um dia se apagarão

Pensamentos e desejos reinam
Transitam em meu quarto e se espalham
Invadem casas e se esvaem
De mim e do meu coração

Meu mundo se esvoaça
Foge pela janela
Liberta-se das grades
Da ilusão

Ele está em todos e em ninguém
É o princípio do futuro
Já escuto a canção de outras esferas
Soam tônicas e tudo fica mudo

E percebo que o infinito vem depois da razão
Assim como da vida nasce a ilusão
E a terra continua girando
Sem filosofar ou ter inspiração
Poucos sabem que dentro dela existe o segredo da união

Trilogia da desconstrução III

Nesses traços escassos, retorno no tempo e vejo aquele retrato amarelado sobre a mesa tirado em algum lugar do passado. Sinto o che...