sexta-feira, 25 de maio de 2007

Uma canção



Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
Ás vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus, e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
Eu vou lembrar você

É mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar


-
Ana Carolina - Pra rua me levar

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Ser



Pela eternidade vou correndo, lendo e relendo minha própria vida.
Sobrevôo anos, décadas e séculos.
Apareço e desapareço.
Para alguns por um longo tempo e para outros por curtos anos que parecem segundos.
Assim descrevo minha jornada, tentando escrever meu próximo passo.
Quero rir, sorrir e abraçar
Desfrutar a alegria de existir.
Contemplo você, causa e existência do meu ser.
Quero saber e descobrir o porque de estar aqui.
Neste lugar que construo meu espírito, transparece todo meu mundo, meu íntimo lugar.
Minhas memórias e meu destino caminham lado a lado.
Talvez elas sejam as respostas de tua real existência.
Elas, quem sabe, possam mostrar-me tua essência.
Que não é tão efêmera como as flores deste imenso jardim, mas que brota toda vez que o amor aparece enfim.
Ainda não sabes quem sou?
Vives comigo e morarás eternamente comigo.
És meu estado de plenitude e meu melhor amigo.
A consciência nos une por uma música sublime.
Meu Eu, és amado, trato-te como outro,
Mas não me entenda mal, apenas estou querendo entender-te.
Por isso resolvi te dar as mãos para caminhares comigo pelo tempo.
Cantando a nossa música, contando a nossa história.
A história do ser.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Mundo meu


Nesse mundo de aparências tento entender-me.
Não sei o que acontece...
Acredito que vivo em um mundo próprio, onde a maldade e o egoísmo nunca fizeram parte.
Vivo num mundo meu, vendo coisas que só existem em minha cabeça.
E assim acabo acreditando que todos são bons.
Mas será que realmente são?
Conheço pessoas (penso acreditar que conheço) que na realidade na hora que mais preciso somem, desaparecem da mesma forma que entraram em minha vida.
Ou também pessoas que antes eram maravilhosas, mas que hoje fingem que nem me conhecem.
Tento entender isso, mas sinto que acaba sempre faltando uma peça para encaixar nesse quebra-cabeça das relações.
Gostaria ás vezes que esse mundo do Eu existisse de verdade, que nele a amizade fosse real, que o amor fosse a união em busca de algo maior e que a fé nunca deixasse nossos corações.
Com isso vou levando minha vida a cada dia, sempre tentando descobrir o que falta, e assim acabo esquecendo o que já tenho.
As decepções assolam meu coração por alguns momentos, que demoram a passar.
Fecho os olhos e enxergo o mundo com minha alma e não mais com meu sentido.
Nesse exato momento descubro que nunca estive só, que decepções vão acontecer sempre em minha vida, que não sou ninguém para julgar alguma pessoa, que o mundo não depende apenas de mim, que não posso querer compreensão sempre e que na natureza deste mundo tudo é belo.
A beleza das coisas não se encontra em sentir com o corpo que vive cheio de todos os sentimentos, mas sim em sentir com a alma.
Acabo sentindo-me velha.
Talvez realmente eu seja velha demais para esse pequeno corpo.
Meus motivos jazem em meu pensamento.
Continuo caminhando nessa velhice, vivendo na minha própria matrix que hoje se encontra além do meu corpo e do meu coração.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Tempo




A maioria de nós não percebemos o quão valioso é o tempo que deixamos passar, e quão valiosas eram as oportunidades que continham nele. Esquecemos o que é aproveitar o tempo e acabamos passando por ele despercebidos, achando que era só mais um dia.

Quantas coisas poderíamos ter feito se utilizássemos melhor o nosso tempo. Quem sabe hoje poderia ser tudo diferente. Acabamos passando pelo tempo como uma poeira no vento, apenas sendo carregados sem saber seu rumo. Olhamos para o relógio diversas vezes ao dia, pedindo que passem mais depressa as suas horas, a fim de que nosso descanso chegue mais rápido, mas ao mesmo tempo, em alguns momentos, queremos que o tempo pare, a fim de aproveitá-lo o máximo possível e assim geramos uma desarmonia em nossa vida. Coragem é o que nos falta para enfrentarmos cada minuto.

Queremos descanso, mas não sabemos lutar por ele.

Lutemos, então.

Acreditemos neste minuto, neste instante. Para que assim nossa vida melhore e a humanidade caminhe junto nessa jornada, na viagem do homem pelo tempo de mãos dadas com a paciência.

Trilogia da desconstrução III

Nesses traços escassos, retorno no tempo e vejo aquele retrato amarelado sobre a mesa tirado em algum lugar do passado. Sinto o che...