domingo, 16 de dezembro de 2012

Na janela em que te vejo


Olho pela janela
E vejo tua expressão desiludida
Olhos cansados
Rosto amargurado
E cabelos escassos

O que fizestes da tua vida?

Com certeza não é quem sonhou em ser
Há vinte anos atrás
Tua juventude ficou
E o relógio que uma vez andou
Já não te favorece mais

Mas por fim entendeste
Que o que te faz ser é o presente
E as más escolhas que fizestes
Não te rejuvenecem
Só te deixam espaço para entender
Que a vida só é escassa
Para quem deixou de viver


Foto: autor desconhecido

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A você

Quanto tempo...

Ando pensando muito em escrever
Em voltar
Mas como?

Não sei...

Só sei que comigo não funciona de fora para dentro
Não funciona com um dicionário
Com uma gramática ao lado
Só funciona sentindo

Todos os dias vivenciamos experiências incríveis, únicas
Como os nossos sonhos
Mas não escrevemos no papel
Fica guardado no nosso espírito
Escrito em nossa alma

Sinto que tenho um livro infinito dentro de mim
Em um infinito de emoções
Que na maioria das vezes são postas de lado
Pela correria e mecânica do dia-a-dia

Mas e o papel como fica?
Em branco, isolado?
Não, não
O papel tem que ser pintado
Por uma imensidão de cores
Dispostas de todas as formas

Assim preciso ser, como um quadro
Esperando a próxima pincelada
Se transformando a cada cor nova
Se tornando algo inexplicável

Assim eu me sinto agora
E graças a você, amigo desconhecido
Que por um comentário me fez ver que posso ser mais
Que não estou só nesse Infinito do Ser
A você o meu mais sincero Obrigada.

Trilogia da desconstrução III

Nesses traços escassos, retorno no tempo e vejo aquele retrato amarelado sobre a mesa tirado em algum lugar do passado. Sinto o che...