sábado, 29 de setembro de 2007

Vergonha politizada


Tenho escutado muito uma palavra, mas ainda não sei seu significado.
Todos a comentam em bares, escolas e jornais.
Sempre é citada junto a roubos, hipocrisia e nacionalismo.
Sempre é colocada como a decadência e a salvação.
Toda essa controvérsia ofusca seu real significado.
O qual eu ainda não consegui entender.
Confusa com tudo isso, busquei no dicionário a solução.
Nele continha maneira hábil de agir e ciência do governo dos povos.
Minha indagação interna só aumentou.
Como essas duas coisas podem estar relacionadas a uma só?
A maneira hábil de agir seria a inteligência.
E o governo representaria o poder.
Mas me pergunto que Poder Inteligente é esse?
Assisto a televisão, leio os jornais e escuto as opiniões alheias.
Assim começo a entender como essa palavra funciona.
Já que ela tenta manipular meu cérebro e me deixa em estado de alienação.
Compreendo agora as conversas e as notícias.
Compreendo o que é política.
Um jogo mental, que manipula meus pensamentos e meus atos.
Ah se os gregos soubessem o que a Politéia deles se tornou.
Estariam profundamente “envergonhados”.
Mas a vergonha é uma coisa antiga.
Que há muito tempo foi esquecida.
Quando Cabral chegou e índios nus avistou.
Numa Terra chamada Brasil.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O Cio da terra


"Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão"


Pena Branca e Xavantinho

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Sinceridade


Queria poder te dizer
Queria poder te contar
Tudo o que se encontra aqui dentro
Mas você não sabe lidar com a sinceridade

Você se esconde sob as facetas humanas
E o mundo o encobre
Porque o planeta não sonha
Ele apenas aspira

Quanta inocência contém a sinceridade
E quanto medo se vê nos olhares humanos
Medo de pensar
Medo de amar

É muito mais fácil deixar a vida passar
Do que construir consciente cada dia seu
É muito mais fácil fingir
E está cada vez mais difícil de eu acreditar

Esses anos fizeram-me não ter medo de mim
E percebo quanto medo ainda há em se descobrir
Medo de tentar
Medo de conhecer

Minhas angústias se foram
Hoje elas reaparecem quando sou sincera
Você não está preparado para ver
E eu não consigo fingir

Meu consciente irá esquecer,
Pois tudo isso vai passar.
O que sobrará são as máscaras do mundo
As quais hoje eu resolvi arrancar

domingo, 9 de setembro de 2007

Quem somos nós?


Nesse nosso mundo
Vivemos á paisana da realidade
Coexistimos em nossa própria ilusão
Nessa vida interna de quatro paredes
Apenas consumimos
É o exaurir de nossa existência
Somos mais um
E não vários
Não somos um todo
Somos partes
Nossos olhos não enxergam
Estão perdidos em sua utopia interior
Eles não vêem seres
Só humanos
É o planeta que entrevê somente a si
E esquece do universo
Pensaram os psicólogos
Que assim talvez o ser humano
Conheceria melhor o seu âmago
Que grande engano esse
Já que nunca fomos humanos
Somos então a alienação em matéria
E quase o ápice do primitivismo
Somos reais sem ao menos existirmos
Somos o grão da vida e o verme da morte
Somos imortais sem sermos deuses
Quem somos então?

Trilogia da desconstrução III

Nesses traços escassos, retorno no tempo e vejo aquele retrato amarelado sobre a mesa tirado em algum lugar do passado. Sinto o che...