quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Cadê a liberdade?



A cada dia que passa eu me convenço mais de como é difícil ser diferente. Por não gostar de axé,pagode,etc. a maioria tende a dizer que é frescura ou chatisse.Cada época possui uma tendência musical característica, vivemos em um período de grande diversidade e mesmo assim a sociedade tende a discriminar estilos não muito conhecidos.Ser underground ou "chata" e por isso não frequentar show de axé é sofrer preconceito e rotulação atualmente ,e se chegou ao ponto de hoje você não poder gostar de coisas alternativas recebendo dessa forma discriminação pelos seus gostos, eu me pergunto aonde vamos chegar.
A primeira coisa que eu lembro quando estudo o direito do cidadão é que todos possuem a liberdade como fator primordial para a vida.Pensando juridicamente o homem é livre para fazer o que desejar,contanto que não afete o direito do próximo ou infrinja as leis do Estado. Já diria Jean Paul Sartre que estamos condenados à liberdade,então,é o próprio ser humano que a limita.E ele faz isso com base no seu senso crítico,o que não está de acordo com seus princípios se torna errado.
O homem por si só limita seu caminho e o mundo a sua volta,dessa forma tira de mim a liberdade e transforma o meu mundo cópia do dele.Na minha opinião isso se chama massificação,a fim de conseguir que interesses pessoais se tornem interesses universais.Se o mundo fosse do jeito que eu acho correto,a vida perderia o significado,já que tudo seria perfeito e assim não evoluiríamos como espíritos.A sociedade precisa aceitar as diferenças e não ser egocêntrica.Qual seria a graça do mundo sem as diferenças?
Nunca gostei de coisas convencionais,talvez por ter sido criada ouvindo Charles Aznavour e Willie Nelson,mas o fato é que eu acho um absurdo me rotularem como chata porque eu não gosto de shopping,carne,televisão e show de axé.Eu possuo características particulares e isso faz de mim única,assim como a maioria das pessoas.Aí entra a pergunta,onde está a liberdade que a sociedade exige se ela mesma limita a de vários cidadãos?
Começo a relevar o que Jung disse:
"Todos nós nascemos originais e morremos cópias"

3 comentários:

Unknown disse...

VIVA DIFERENÇA...O IGUAL É CHATO!!
...Escorpions,Mirele Matie,Frank Sinatra,Bob Dylan,Demis Roussos,Queen,The Pretenders,Os incríveis,Shamam,George hARISSON,Johnny Rivers,Raimundo Fagner,Maria Betânia,Buena vista Social Clube,Nat King Cole,Aretha Franklin,Barbara Streisand,Billy Rolidei,Simon e Garfield,Elton Jhon,Beatles,Celine Dion,Burt Bacará,Carpenters,Abba,Eric Clapton,RollingStones,Salsa ,boleros,Jazz,Blues...enfim...acho que piramos tua cabecinha srsrsrsrsrsrsrsr.
Mas saiba que todos temos nossa singularidade.Cada ser humano é único e singular, rompe a história instaurando o novo, inaugurando um mundo. Entretanto, suportar e acolher o novo aponta para a complexidade de potencializarmos esta condição sem reduzi-lo ao já conhecido e, ao mesmo tempo, resistirmos a movimentos de nosso mundo contemporâneo que se esforçam por estabelecer a tirania do Mesmo. Mas implicaria nossa singularidade em uma diferença absoluta em relação ao outro? Certamente que não. Há uma dimensão do ser humano que nos une a todos e que tem preocupado muitos pensadores. Irmanamo-nos frente às grandes questões da vida humana e somente atravessamos as ondas da existência em companhia de outros humanos. Não é estar acompanhado e acompanhar uma das dimensões mais fundamentais da condição humana? O acompanhamento não é uma das mais intrigantes facetas ontológicas do existir humano?
Seria possível resolver o paradoxo que atravessa o ser humano e que o faz singular e plural ao mesmo tempo? A condição humana exige que este paradoxo seja acolhido e sustentado. Não é derrubando as paredes da própria casa que acolhemos o universal (Tagore). A singularidade na multiplicidade é o que nos salva das tiranias dos mais diferentes tipos. No totalitarismo do Mesmo estaremos como peças de uma engrenagem e não em uma verdadeira inclusão na comunidade, na sociedade e na cultura.
Acontecer humano: singularidade em gesto na multiplicidade que instaura o inédito e que promove a ação política em direção à liberdade!
Querida continue respeitando a singularidade dos outros... seja humilde, capaz de ouvir, respeitar e caminhar junto com o grupo. É assim que se forma uma verdadeira comunidade.Pois assim quem sabe eles possam aprender consigo!! Somos todos os irmãos, filhos do mesmo Pai. Ninguém é maior, nem menor, somos todos iguais.
Beijos,
Mamãe
Obs;E olha que tem cantores que não disse...

Sérgio Morais disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sérgio Morais disse...

Ensaio muito interessante e, se me é permitido, concordo com as suas argumentações.
É verdade que o processo de socialização, através do qual nos são incutidas as normas, valores, guias de acção em sociedade, é um processo, dissimulado, de "conformismo". Como costumo dizer aos meus alunos "temos «medo» do que não conhecemos", por isso, através deste processo eu sei o que esperar dos outros porque partilhamos, de uma forma ou de outra, do mesmo processo de socialização, mas as grandes revoluções são levadas a cabo pelos inconformistas, mal interpretados no início, mas fonte de mudança e progresso, pouco depois. São exemplos o maio de 68, a revolução do 25 de Abril em Portugal, etc. Por isso, a diferença é importante.
Estamos, de facto, condenados à liberdade, como diz Sartre, porque mesmo não querendo ser livres já estamos a escolher, logo, já estamos a usar a nossa liberdade.
Não se importe de ser "chata"! Também sou "chato" como você e, certamente, não estamos sós!!!!

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