quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Em pedaços


Poemas,papéis rabiscados e inacabados
Minha imagem se reflete em um espelho emoldurado
Tento escrever, dizer como me sinto em pedaços
Vou falando, arrancando de mim coisas engasgadas
Começo a te explicar como cheguei a este estado
magoado, solitário
Pessoas me deixaram, fiquei decepcionada
Descobri cicatrizes que nunca foram curadas
Vivenciei a dor de suportar calada
E hoje estou aqui tentando juntar meus pedaços
migalhas de cacos espalhados
Quero superar essa tristeza abafada
Meu rosto não reflete minha reclusão solitária
Pareço bem, sem estar
Vago sozinha em uma estrada dolorosa
Caminho em livros onde as palavras me consomem
Esqueço o sofrimento sem superar
Esqueço de ti e de todos que me perturbam
Só cabe o Eu
Só existe o tempo, curador das feridas
Não existe o nós, não mais
Há pedaços espalhados que não se juntam mais

Um comentário:

Unknown disse...

Minha filha amada,
Ás vezes nossa vida parece fragmentada como caquinhos de vidro estilhaçado… porém quem recolhe nossos caquinhos não pode ser outra pessoa senão nós mesmos. Só assim aprendemos a caminhar sozinhos, só assim amadurecemos e só assim nos tornamos aptos a amar de verdade. O amor não perece, não padece por falta de colo e não chora feito criança, ele é forte, é grandioso e transpõe barreiras imensuráveis. Primeiro a gente aprende a juntar e colar nossos próprios caquinhos e então estamos prontos para andar lado a lado com a pessoas amadas. Não um segurando o outros, nem se completando, mas ambos sendo completos e portanto únicos e juntos por escolhas maiores do que simples paixões, vínculos e necessidades.
Não deixe seus cacos pegando poeira. Limpa tudo para que ela venha te visitar… Mas numa casa sem cacos, sem poeira, sem tristeza e com muito amor, força e fé.
Grande beijo.AMO VOÇÊ!!!!!!!!

Mãe

PS;Mantenho o tempo e o silêncio
pra poder juntar rapidamente
o que sobrou
e o que se renovou...

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