terça-feira, 23 de março de 2010
Navegando no Aqueronte
Tantos espaços, retratos e letras
Que ficam esquecidos no passado
O que pensar do Eu?
As memórias inesquecíveis, as dores do amargor
Isso poderia ser riscado
Levado pelo vento ao mundo do esquecimento
Lugar das lembranças tendenciosas
Que continuam perpétuas em nossa mente
As lembranças são levadas pela barca de Caronte
E quando se chega ao destino
Não nos despedimos, ficamos mudos
Sem pensamentos incessantes
Tudo fica escuro
Sem som, sem barulho
Será a Paz?
Apagar pensamentos que não enfrentamos
Dizer adeus ao que incomoda
Trará a Paz?
A vida como o filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças
E sem coragem
Controlar o pensamento
Viver o sentimento
Deixando ele ir embora por si só
É olhando para a barca de Caronte
Que dou Adeus ao que não quero pensar mais
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Sou Amanhã
Caem tijolos, flores são plantadas e escrevo mais uma página
Como eu sou incansável
Tijolos novos são colocados, flores são regadas e as páginas formam um livro
A vida segue nesse ritmo por um tempo
Vou mudando a cada estação
Me construo, reconstruo, cato meus cacos
Planejo comprar mais tijolos,
Fazer um arrumado
Planejo publicar livros,
Com as histórias dos meus sonhos
Planejo fazer uma horta no jardim,
Para preparar receitas com seus frutos
Quero ser uma metamorfose
Que nem Raul e a borboleta pousada em minha janela
Quero, Planejo, Vou
Ser Amanhã
A futura poesia, o próximo lápis que risca o papel
O nome gravado em brasa no peito
Sou, Fui, Serei
Em breves linhas e novos retratos
Sou o futuro texto do seu papel riscado
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Momento
Nesta tarde silenciosa reflito sobre as pequenas coisas. Sobre a suave brisa que balança as cortinas da janela, sobre o sol que se põe e os meus sonhos que dariam histórias de livros. Penso na paz que este singelo momento me dá, e a única palavra que pronuncio é obrigada. Agradeço por simples momentos e o silêncio permanece. As horas passam, a tempo que não me preocupo com elas. Só que a cada segundo a mais de silêncio a vida passa por trás da janela desta casa, levando o tempo e as minhas histórias não contadas. Estou navegando em um barco solitário, guiada pelas estrelas, manuais de instrução e o vento. De que vale uma vida solitária, uma vida de reclusão? A vida pode ser melhor vivida se compartilharmos os simples momentos e navegarmos juntos rumo a um destino. Deus nos concede momentos para tudo, desfrute do silêncio, trabalhe seu interior, mas não se esqueça da União.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Olhar
Obscuros e sublimes
Eles estão guardados a sete chaves
Esquecidos e inacabados
A eternidade transparece em um olhar
Profundo e puro
É a essência e o inconsciente
Que aparecem despercebidos
Um sorriso enigmático
Transfigura-se como um adorno
Mudo e apático
Dele não saem poemas, apenas palavras
Bem no íntimo de tudo
Uma luz ressurge
Ilumina o interior
Clareia o infinito
No fim sobra-se algo
É uma vaga imagem refletida
Desvelada do véu
É um olhar
- Escrito em 2007
Tenho pensado muito a respeito desse poema de Mario Quintana:
Os Degraus
Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...
Trilogia da desconstrução III
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