sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A sociedade da salvação



Pois é, Obama ganhou.

A pergunta que vem seguida dessa afirmação, é a de como será seu governo.

Não há a menor dúvida de que esse acontecimento é um marco na história mundial. O primeiro presidente negro de um país dividido em questões raciais, suas propostas são mais “liberais” que as de Bush, com sua campanha fez com que 66% da população americana fosse as urnas e lembra Kennedy. Essa última, para mim, mostra algo surpreendente, pois o antigo presidente John F. Kennedy possuía da mesma forma que Obama um grande nacionalismo e uma proposta de inovação social, só que essas idéias levaram ao seu assassinato. Kennedy parece não ter sido marionete,para o governo que existe por trás do oficial, como Bush foi, e talvez por isso e outras questões ele não tenha agradado o poder omisso que existe nos EUA.A probabilidade do assassinato de Barack Obama é um fato inegável, se ela realmente vai ocorrer só no futuro saberemos, mas eu fico com receio do sentimento que ela possa trazer para uma sociedade em colapso, como a americana.

Quase a totalidade das pessoas que eu conheço vibrou com a vitória desse futuro presidente, mas como brasileira eu me pergunto como será a política dele em relação a América Latina. Em toda a sua campanha eu não percebi que algo mudaria para a situação econômica do Brasil, pelo contrário, ele deixou claro que vai haver um maior protecionismo no mercado dos EUA.


Eu fiquei feliz com sua vitória, pois demonstra que entraremos em uma fase de mudanças e isso já está ocorrendo no sentimento global,contudo,acredito que aquele sentimento americano de querer mandar no mundo vai continuar e isso vale para o Brasil e para as guerras. Ou vocês acham que Obama vai tirar as tropas do Iraque logo quando ele assumir?

Ele disse em sua campanha que iria tirar as tropas aos poucos, com o passar dos meses.E eu gostaria de saber como o País vai continuar se sustentando, já que a indústria da guerra é o seu maior lucro.Claro que eles gastaram muito mantendo todos esses anos as tropas no Oriente, mas eles ganharam muito mais na parte industrial, com as grandes empresas fabricando armas e aviões. E agora que a economia está em crise eles precisam de injeção monetária no mercado, e uma das empresas que mais injetam dinheiro é a bélica, que constrói aviões de guerra.


No contexto geral as expectativas são ótimas e espero que elas realmente aconteçam no futuro.Só que não acredito em coincidências, às vezes acho estranho tudo isso que está acontecendo, tudo muito salvador, e aí que está o problema. Obama representa a salvação americana,isso demonstra o quanto essa sociedade está colapso. Uma nação não precisa de salvadores,eu não preciso nem você e as pessoas não deveriam precisar, mas parece que está naquele momento em que o mundo está desabando e é necessário um presidente que possa salvar a vida de todos.Muitas pessoas aqui no Brasil vêem Lula dessa forma,no entanto, ele é uma pessoa normal com suas qualidades e limitações.Acredito que idealizar um presidente que vá mudar a vida de todos demonstra o desespero no qual uma sociedade se encontra.E o meu receio é que essa sociedade se torne cega para as más ações que possam vir a ocorrer.


Posso estar sendo cética a esse sentimento global, mas todos esses fatos não deixam de ser uma realidade na qual a sociedade já começou a fechar os olhos para enxergar.

2 comentários:

Sérgio Morais disse...

Partilho, um pouco, da sua opinião, mas vamos esperar para ver.
Na política, o protótipo do sedutor é o demagogo. O demagogo é aquele que pretende convencer-nos de ser o bom candidato. Usará, para isso, estratégias diversas a fim de conseguir que o auditório creia que pensa como ele. Melhor: dirigindo-se a vários auditórios particulares, fará crer a cada um que pensa como ele. o sedutor não é um dedutor. Não afirma a sua própria opinião, infiltra-se na opinião alheia. o exercício demagógico implica uma incrível maleabilidade e exige, muitas vezes, a construção de um vocabulário político - ou comercial - suficientemente ambíguo para que as mesmas palavras possam metamorfosear-se em função da expectativa de cada um dos auditórios que a recebem.

Sérgio Morais disse...
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