Começou com uma crítica e logo todos estavam nas ruas aos berros.
Braços entrelaçados , bandeiras estendidas, de mãos dadas caminhavam rumo ao desconhecido.
E ouvia-se do outro lado de um muro os ecos da gritaria, eram vozes que pareciam sussurrar interiormente.
Quanta gente deve ter, diziam alguns dos emparedados.
Pessoas pretas,amarelas,brancas, azuis e verdes formavam lá fora o arco íris da força.
E os ecos intensos entoavam no horizonte fazendo o chão vibrar.
Decidiu-se então subir no muro para olharem o que acontecia do outro lado,
Mas nada enxergaram...
E o homem já aflito por não ver, continuou a olhar...
Nada viu.
A voz e o chão continuam a vibrar interiormente, embora seus olhos até hoje permaneçam cegos.
A utopia da realidade impede que ele veja algo além de si mesmo.
A sociedade não é vista lá fora, ela apenas é sentida dentro de cada um.
Pobres invisíveis
Pobres cegos
Como é pobre esse mundo.
Um comentário:
Adorei o texto !Profundo e atual.......... Realmente, todos somos um pouco cegos neste mundo, incapazes de olhar para dentro de si mesmo e de sentir a dor do próximo. Foi você quem escreveu ? Lembrei de "Ensaio sobre a cegueira" :D
Beijuxxxxx Mari(lá do Foco...:P)
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