segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Um carnaval diferente


Este ano resolvi ter um carnaval diferente. Não aluguei mil filmes e nem fiquei dormindo o dia inteiro, simplesmente resolvi aproveitar.Ninguém me levou a sério quando disse que ia pra Olinda, mas acabei indo e foi muito bom. O carnaval sempre foi uma festividade “nada a ver” comigo, não só por ser sinônimo de aperto, multidão e calor, mas também por todo um contexto de descontração geral. Contudo, acabei me surpreendendo. Valeu com certeza o calor, a chuva e a paciência para levar tudo na brincadeira.Acredito que por trás de toda essa festividade existe uma tradicional cultura repleta de significados, como é o carnaval de Olinda e Recife.De pessoas vestidas de caboclinhos a cotonetes, tem espaço para tudo. Já estou pensando na fantasia do ano que vem, e montando estratégias para no show de Nação Zumbi não ser amassada.Entretanto, mesmo nessa correria entre Recife Antigo e Olinda, deu tempo para começar a ler o livro A menina que roubava livros, assistir alguns seriados, escutar muita música e estudar para duas apresentações de trabalhos. E olha que hoje ainda é segunda.Então, para quem não conhece o carnaval daqui procure se informar para no ano que vem estar por aqui também.E sinceramente é muito mais alegre que esses carnavais de escola de samba.



Foto: Alexandro Auler

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Lavorare stanca


- Depois de tentativas infinitas de postar um vídeo aqui eu acabei por desistir "temporariamente" dessa idéia.Sendo assim, coloquei o texto de um poema de Cesare Pavese.
O link do vídeo está embaixo.


"Atravessar uma rua fugindo de casa só um menino o faria, mas este homem que passa todo o dia nas ruas não é mais menino e não foge de casa. Em pleno verão, até as praças se tornam vazias de tarde, deitadas sob o sol que começa a cair, e este homem que chega por um parque de plantas inúteis detém-se. Vale a pena ser só para estar cada vez mais sozinho? Simplesmente vagar, pois as praças e ruas estão ermas. Forçoso é abordar uma mulher e falar-lhe e fazê-la viver com você. Do contrário, se fala sozinho. É por isso que às vezes algum bêbado à noite dispara discursos e repassa os projetos de toda sua vida. Certamente não é esperando na praça deserta que se encontram pessoas, mas quem anda nas ruas se detém vez ou outra. Estivessem a dois, mesmo andando na rua, sua casa estaria onde está a mulher. Valeria a pena. Mas de noite essa praça retorna ao vazio e este homem que passa não vê as fachadas entre luzes inúteis nem ergue seus olhos: sente só o ladrilho que outros homens fizeram com mãos secas e duras, assim como as suas. Não é justo deixar-se na praça deserta. Com certeza há de andar pela rua a mulher que, chamada, viria ajudar com a casa."



http://www.youtube.com/watch?v=u-Dd3Ud0Zwo



Trilogia da desconstrução III

Nesses traços escassos, retorno no tempo e vejo aquele retrato amarelado sobre a mesa tirado em algum lugar do passado. Sinto o che...